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O que esta acontecendo com a Região Metropolitana de São Paulo

Análise das Viagens por Modo de transporte

                                                                                                                                                                                                                               

Carlos Paiva*

 

Mantendo o padrão de análise dos dados socioeconômicos: população, empregos e matrículas vamos inicialmente analisar as viagens de Auto, Transporte Individual, Coletivo, A Pé, Bicicleta e Moto com origem nas mesmas áreas: Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), município de São Paulo, Centro expandido da cidade de São Paulo* e Oeste 2** (interesse específico). Cabe comentar que o tipo de viagem transporte coletivo é composto de metrô, trem e ônibus de linha, fretado e escolar, enquanto o tipo individual é composto de dirigindo auto (auto), passageiro de auto, táxi e moto.

 

Algumas observações importantes baseadas nos resultados acima podem ser feitas:

1.       Podemos observar que o crescimento do número total de viagens (todos os modos) nas áreas analisadas: RMSP, São Paulo e Centro Expandido foram entre 13 e 19%. O maior crescimento (19%) ocorreu no Centro Expandido de São Paulo, viagens com origem nesta região que teve um crescimento populacional de 20%, bem maior que a média da RMSP de apenas 2%.

2.       A RMSP teve um crescimento do número de viagens entre 2007 e 2012 (15%), bem superior ao da população (cerca de 2%), exceto para as viagens de bicicleta onde houve um decréscimo das viagens em relação a 2007, contudo, vale a pena comentar, que o número de viagens do modo bicicleta é muito pequeno quando comparado a outros modos (cerca de 2% dos modos individual, a pé ou coletivo, o que leva a grandes erros amostrais, principalmente em uma pesquisa agregada com a de 2012. O crescimento do número de viagens em quase todos os modos (exceção bicicleta) é superior ao crescimento da população indicando uma maior mobilidade desta população, resultante, a meu ver, da maior atividade econômica dos últimos anos.

3.       O município de São Paulo também teve um crescimento da mobilidade em todos os modos (crescimento do número de viagens – 13%, maior que o crescimento da população, que foi de 5%), mas este crescimento foi menor que o ocorrido na RMSP, exceção unicamente as viagens de Bicicleta.

4.       Comparando-se a variação do número de viagens de bicicleta nas diversas áreas: RMSP, São Paulo e Centro Expandido da cidade de São Paulo, verifica-se que houve um crescimento muito significativo no centro expandido, 70%, e uma diminuição destas viagens nas regiões mais periféricas, o que provavelmente se deve a substituição da bicicleta pela moto nas populações de menor renda.

5.       Observa-se claramente que onde houve os maiores decréscimos do número de viagens de bicicleta, RMSP sem Centro Expandido e RMSP sem São Paulo, -17% e -29% respectivamente, é onde ocorreu o crescimento significativo do número de viagens de moto, 55% e 35% respectivamente.

6.       Como a pesquisa é domiciliar deve-se ter claro que as viagens de moto não levam em conta serviços de entrega realizados com este veículo, que com certeza cresceu muito estes anos. Observa-se um crescimento em torno de 50% na RMSP e na cidade de São Paulo e uma diminuição de -15% das viagens de moto (sem contar as viagens de entregas) no Centro Expandido de Paulo mesmo com aumento da população em 20%. A provável explicação deste fato é que esta área da RMSP é a mais bem servida de transporte coletivo (metrôs, trens e ônibus), o que minimiza a necessidade da noto como meio de transporte.

7.       Na região Oeste 2, cortada pela Rodovia Castelo Branco (interesse específico) observa-se um crescimento expressivo de viagens para todos os modos exceto viagens a pé. Chama a atenção nesta região o crescimento bastante significativo das viagens de bicicleta, o que não acontece em outras zonas mais periféricas e o de auto e transporte coletivo mais de 2 vezes a média da RMSP.

 

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* Carlos Paiva é engenheiro eletrônico e mestre em transporte pela Escola Politécnica da USP, doutor em serviço social pela PUC-SP e especialista em planejamento e modelagem de transporte e tráfego no Grupo CCR e membro do conselho editorial da Revista da ANTP. Trabalhou durante 20 anos no Planejamento da CET-SP tendo desenvolvidos trabalhos nas áreas de Geoprocessamento, Estatística Espacial e Modelagem e 20 anos no Desenvolvimento de Sistemas para empresas como o Grupo Pão de Açúcar, Banco CCF, Asea Brown Boveri, Grupo Vicunha, etc.

Possui diversos artigos publicados em revistas técnicas e jornais de grande circulação, veja http://www.linkedin.com/in/paivacarlos

E-mail: paivacardoso@yahoo.com.br

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